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Filho de líder da Revolta da Chibata rebate críticas da Marinha e defende heroísmo popular de seu pai

O herói popular e líder da Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, foi o centro de uma polêmica recente envolvendo críticas do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Adalberto Cândido, conhecido como Candinho e único filho vivo de João Cândido, defendeu o legado de seu pai em resposta às críticas, afirmando que ele é um herói popular e não da Marinha.

Em uma visita à casa de Candinho, os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ) discutiram um projeto de lei que busca inscrever João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Benedita é a relatora do projeto, que está em tramitação na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.

As críticas do comandante da Marinha foram duras, chamando os envolvidos na revolta de “abjetos marinheiros” e considerando o episódio de 1910 como uma “deplorável página da história”. Para ele, enaltecer os insurgentes poderia ser interpretado como uma aprovação de atos que vão contra os princípios do Estado democrático de Direito.

Candinho rebateu essas críticas, destacando a falta de disciplina e hierarquia na Marinha da época da revolta. Ele ressaltou a importância dos marinheiros de 1910 para a modernização da instituição.

O debate em torno do reconhecimento de João Cândido como herói nacional não é recente. Projetos nesse sentido tramitam no Parlamento desde 2007, mas o reconhecimento oficial ainda não foi concedido. A revolta liderada por João Cândido resultou em prisões, expulsões e até mesmo fuzilamentos de marinheiros rebeldes.

A luta pela reparação aos familiares de João Cândido também está em andamento, com a Procuradoria do Rio de Janeiro pedindo o reconhecimento de sua anistia e uma indenização devida pela falta de promoções e benefícios que ele teria direito se tivesse permanecido na Marinha. Essa luta pela justiça histórica continua sendo um ponto sensível na história do Brasil e da Marinha.

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