O grande vencedor da competição foi o filme “Pobres Criaturas”, dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone. O longa conta a história de um médico que realiza uma cirurgia experimental, transplantando o cérebro de um bebê para o corpo de uma adulta. A protagonista, interpretada brilhantemente por Stone, desafia as convenções sociais e se torna uma alegoria sobre a opressão feminina.
Outro destaque do festival foi o filme “Evil Does Not Exist”, do japonês Ryusuke Hamaguchi, que levou o grande prêmio do júri. O diretor também foi aclamado por seu trabalho em “Drive My Car” e mostra que caiu nas graças do Ocidente.
Na categoria de melhores atores, Peter Sarsgaard foi premiado por sua comovente performance em “Memory”, dirigido por Michel Franco. O ator interpreta um homem que sofre de um tipo de demência precoce, em uma atuação discreta e sem afetações. Já Cailee Spaeny recebeu o prêmio de melhor atriz por sua atuação em “Priscilla”, de Sofia Coppola, o que gerou controvérsias, já que outras atrizes como Carey Mulligan e Emma Stone também foram elogiadas por suas performances.
Além disso, o festival teve um tom político com filmes como “Io Capitano”, do italiano Matteo Garone, e “Green Border”, da polonesa Agnieszka Holland, que abordam a questão dos refugiados e suas dificuldades em alcançar a Europa.
No entanto, também houve críticas em relação à falta de representatividade feminina nos filmes exibidos e às escolhas conservadoras da curadoria do festival. A presença de cineastas cancelados após acusações de abuso sexual, como Woody Allen, Luc Besson e Roman Polanski, também gerou polêmica.
Apesar disso, o Festival de Veneza mostrou-se atento ao mundo atual, abordando temas como a crise do amor romântico e a pressão da sociedade capitalista. Apesar dos contratempos, o evento continua sendo uma importante vitrine para o cinema mundial e um indicador de futuros sucessos no mundo do cinema.