Repórter São Paulo – SP – Brasil

Fernando Diniz estreia como novo treinador da seleção brasileira em Belém, trazendo um novo estilo tático para revigorar o futebol nacional

O treinador Fernando Diniz faz sua estreia como 35º comandante da seleção brasileira. Diferente das estreias anteriores, que normalmente aconteciam no Maracanã, Diniz iniciará o novo ciclo da equipe nacional na bela cidade de Belém, no Pará, que não recebe o escrete há mais de uma década.

É simbólico que Diniz faça seu debut em Belém logo após a publicação do livro “A Amazônia na Encruzilhada”, de Míriam Leitão, que aborda a importância de preservar o meio ambiente e os desafios enfrentados pela humanidade. O futebol brasileiro também está em uma encruzilhada, entre se renovar ou desaparecer da elite mundial. E agora busca se reinventar na região que já foi conhecida como o pulmão do mundo.

Fernando Diniz chamou a atenção do colunista Rory Smith, do The New York Times, que o definiu como um técnico com um estilo não posicional. Embora essa definição não seja totalmente precisa, despertou o interesse de um grande veículo de imprensa estrangeiro pela tática de um treinador brasileiro.

No passado, apenas Zagallo, na Copa de 1970, e Telê Santana, pela seleção mágica de 1982, conseguiram chamar a atenção internacional. Os treinadores brasileiros eram valorizados no exterior pela sua capacidade de ensinar a técnica, não a tática. Entretanto, Diniz pode vir a ser a antítese de Pep Guardiola, com um estilo de jogo não posicional.

Ninguém tem certeza se Fernando Diniz conseguirá atingir o mesmo nível de reconhecimento na Europa que já teve nos Estados Unidos. O jornalista Jonathan Wilson, do The Guardian, afirmou em conversa pessoal que não sabe como Diniz joga. Wilson é autor do livro “A Pirâmide Invertida”, que explora a história do futebol a partir dos sistemas táticos, e já afirmou que o Brasil era referência em estratégias de ataque até a década de 1970.

Diniz não é melhor nem pior, é diferente. Foge do convencional e busca resgatar a essência do futebol brasileiro, que já foi uma referência. O desafio da seleção, nesse novo período que se inicia em Belém, é se adaptar a uma nova forma de jogar, sem cair na tentação de imitar o estilo italiano. A água da Amazônia deve ser a fonte de inspiração para o renascimento do futebol brasileiro.

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