FDA aprova novo medicamento para Alzheimer, causando esperança e preocupação na comunidade médica e de pacientes

A agência regulatória dos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration), aprovou nesta terça-feira (2) um novo medicamento para a doença de Alzheimer, gerando esperanças, decepções e ceticismo entre os especialistas da área.

O medicamento, chamado donanemabe e comercializado como Kisunla, foi aprovado pela FDA após estudos demonstrarem que ele é capaz de retardar o declínio cognitivo nas fases iniciais da doença. No entanto, o medicamento também apresenta riscos significativos de segurança, como inchaço e sangramento no cérebro.

Kisunla, desenvolvido pela Eli Lilly, é semelhante a outro medicamento, Leqembi, aprovado no ano anterior. Ambos são infusões intravenosas que visam uma proteína associada ao Alzheimer e conseguem retardar o desenvolvimento da demência por alguns meses.

Uma diferença marcante do Kisunla que pode atrair pacientes, médicos e seguradoras é a possibilidade de interromper o tratamento após a eliminação da proteína amiloide, que se acumula no cérebro de pessoas com a doença. Isso poderia reduzir o custo total, o incômodo do tratamento e os riscos de efeitos colaterais, segundo a vice-presidente executiva da Lilly, Anne White.

No entanto, alguns especialistas permanecem céticos em relação aos benefícios desses novos medicamentos. Michael Greicius, neurologista da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, questiona a eficácia dos tratamentos, citando a falta de correlação entre a remoção das placas de amiloide e a resposta clínica individual dos pacientes.

Apesar das controvérsias, outros especialistas consideram valiosa a oferta desses medicamentos para os pacientes, mesmo que o benefício seja discreto. Joy Snider, professora de neurologia da Universidade de Washington, destaca que a desaceleração do declínio cognitivo pode ter significado na vida das pessoas, retardando a progressão dos sintomas.

Portanto, a aprovação do Kisunla pela FDA representa mais um passo na busca por tratamentos eficazes contra o Alzheimer, embora ainda existam dúvidas quanto à sua eficácia e segurança a longo prazo. A discussão sobre a utilidade e os riscos desses medicamentos continuará no cenário médico e científico nos próximos meses.

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