Falta de comunicação e desespero: Moradores de Gaza procuram familiares e enfrentam notícias de mortes durante conflitos com Israel

No domingo (29), os moradores da Faixa de Gaza enfrentaram um desespero angustiante enquanto procuravam por familiares desaparecidos e, em alguns casos, recebiam notícias de que haviam sido mortos. Isso ocorreu depois que Israel lançou ataques devastadores na região na sexta-feira (27), deixando a área completamente sem acesso à internet e serviços de telefonia, segundo relatos de organizações que atuam no local.

Ao mesmo tempo, as Nações Unidas alertaram para a falta de suprimentos de comida e a deterioração da ordem civil na região, após três semanas de guerra intensa. Os combates se intensificaram na noite de sexta-feira, quando as forças israelenses iniciaram operações terrestres em Gaza, como parte da chamada “segunda fase da guerra” anunciada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, cujo objetivo é eliminar o comando do grupo extremista Hamas do território.

Shaban Ahmed, funcionário público e engenheiro, expressou o horror vivido pelos habitantes de Gaza, descrevendo os ataques como “o dia do juízo final”. Ahmed revelou que descobriu no domingo que seu primo havia sido morto em um ataque aéreo em sua casa na sexta-feira, e disse que os ataques continuaram sem parar, por ar, mar e terra, durante várias horas.

A situação em Gaza se tornou caótica, com os palestinos lutando para encontrar seus entes queridos e muitas pessoas usando rádios enferrujados como única forma de obter informações sobre os ataques. Os avisos do Exército israelense para que civis se dirigissem imediatamente ao sul geraram pânico e confusão entre a população. Enquanto isso, os serviços médicos ficaram sobrecarregados e muitas pessoas feridas só conseguiram chegar aos hospitais com a ajuda de voluntários.

Além disso, o envio de suprimentos de ajuda humanitária foi prejudicado pelos bombardeios israelenses e pelo apagão nas comunicações, o que agravou ainda mais a escassez de alimentos, combustível e medicamentos. Nesse contexto, milhares de moradores de Gaza invadiram armazéns e centros de distribuição da agência de refugiados palestinos da ONU em busca de comida e itens básicos de sobrevivência.

Em resposta à crise humanitária, Israel anunciou que permitiria um aumento na ajuda humanitária nos próximos dias e pediu aos civis palestinos que se dirigissem a uma “zona humanitária” no sul do território. No entanto, a situação continua alarmante, e o Crescente Vermelho Palestino relatou ameaças ao hospital Al-Quds na Faixa de Gaza, o que gerou preocupações sobre a segurança dos pacientes.

A guerra entre Israel e Hamas continua a trazer destruição e sofrimento para os residentes da Faixa de Gaza, que enfrentam não apenas a morte e a destruição, mas também a falta de suprimentos básicos e o colapso da ordem civil. A situação exige uma resposta urgente da comunidade internacional para restabelecer a paz e ajudar a população afetada a se recuperar dessa crise humanitária.

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