O governador afirmou que a depreciação de comércios, hotéis, pensões e outros imóveis comerciais e residenciais na região facilita a aquisição desses locais pelo grupo que controla o tráfico de drogas dentro e fora dos presídios. Os imóveis adquiridos pela facção são utilizados como fachada para a comercialização de drogas, prostíbulos, ferros-velhos e outros negócios ilícitos.
Além disso, a atuação do PCC na região envolve também a participação de milícias com agentes de segurança, extorsão de comerciantes e moradores, venda ilegal de armas e exploração do trabalho de pessoas em situação de vulnerabilidade. O governador mencionou que a megaoperação do Ministério Público para desmantelar o crime organizado no centro de São Paulo foi resultado de uma investigação detalhada.
Freitas anunciou um projeto para concentrar as secretarias e órgãos administrativos do governo estadual no entorno do parque Princesa Isabel, próximo à cracolândia. A iniciativa tem como objetivo expulsar o crime da região. Segundo o governador, muitos dos imóveis que serão desapropriados para a construção do novo centro administrativo do estado estão em nome de líderes ou pessoas ligadas à facção criminosa.
O projeto, que prevê um investimento de aproximadamente R$ 5 bilhões, passará por uma fase de audiências públicas e a construção da sede administrativa do governo paulista poderá levar cerca de cinco anos. A transferência de órgãos do governo para a região central de São Paulo já está em andamento, com a Secretaria de Cidadania e Justiça do Estado sendo transferida para o Palácio Campos Elísios no próximo mês. A gestão de Tarcísio de Freitas também suspeita que o PCC esteja por trás de protestos contra ações do estado na região, como a manifestação dos moradores da favela do Moinho contra possíveis desapropriações.