Essa decisão gerou impacto entre os meios militares, uma vez que vai de encontro à filosofia do programa do Gripen, que envolve a produção nacional do caça da Saab, da Suécia, e a transferência de tecnologia. A intenção inicial seria pressionar os suecos a melhorar as condições de negociação para a aquisição de mais caças Gripen, um acordo que está em andamento desde o ano anterior.
O programa do Gripen envolve um alto investimento por parte do governo brasileiro, com a venda de cargueiros Embraer KC-390 para a Suécia em troca da ampliação do contrato de compra dos Gripen. O valor total do contrato dos caças Gripen foi de 39,3 bilhões de coroas suecas, financiado pelo governo sueco. No entanto, a FAB precisa realizar pagamentos adiantados, o que tem sido um desafio devido à questões orçamentárias.
Os F-16 são aeronaves mais acessíveis e já foram adquiridos por outros países, como a Ucrânia e a Argentina. Embora sejam menos capazes que os Gripen, os F-16 atenderiam às necessidades imediatas de defesa do Brasil. Atualmente, a defesa aérea brasileira conta com aeronaves antigas, como os F-5 e AMX, que estão próximas da aposentadoria.
A FAB enfatiza que a possível aquisição dos F-16 não prejudicaria o futuro dos Gripen no Brasil, mas caso a negociação com os EUA se concretize, poderá afetar a imagem do caça sueco. A Saab segue firme em suas vendas de Gripen, apesar da concorrência dos F-16 e dos caças de quinta geração F-35. A incerteza sobre o desfecho dessa situação coloca em xeque o futuro da defesa aérea brasileira e a continuidade do programa dos caças Gripen.
