No entanto, para Carmen Amaro, irmã de uma das 10 vítimas do massacre de La Cantuta em 1992, a morte de Fujimori não representa um alívio ou perdão, já que ele não cumpriu integralmente sua condenação e ainda estava sendo julgado por outra série de mortes. Segundo Amaro, Fujimori continuará sendo visto como o responsável pelo desaparecimento e morte de seus familiares, mantendo viva a dor e a busca por justiça.
Os massacres cometidos durante o governo de Fujimori foram executados por um esquadrão da morte do exército conhecido como Grupo Colina, responsável por “operações especiais” no combate às guerrilhas e ao terrorismo do Sendero Luminoso. Segundo a justiça, Fujimori tinha conhecimento e responsabilidade sobre tais ações, embora ele nunca tenha reconhecido seus crimes, pedido desculpas ou fornecido reparação civil às vítimas.
Gisela Ortiz, outra familiar de vítimas de La Cantuta, afirmou que Fujimori utilizou seus últimos meses de vida solicitando uma pensão indevida do Estado, sem jamais assumir suas responsabilidades. Para ela, a morte do ex-presidente não marca o fim do sofrimento das famílias afetadas pelos crimes cometidos durante seu governo.