Essas acusações surgem em meio a um imbróglio político que resultou na posse de Bernardo Arévalo como novo presidente da Guatemala, causando inclusive tensões e ameaças de tentativa de golpe. Algumas figuras próximas a Giammattei, ligadas ao Ministério Público, foram acusadas por diversos organismos internacionais e pelo governo Biden de tentar impedir a posse de Arévalo, eleito em segundo turno no ano passado com 58% dos votos.
A Guatemala tem um histórico de corrupção estatal, mas durante o período de atuação da Cicig, a Comissão Internacional Contra a Impunidade da Guatemala, em parceria com a ONU, o país se tornou um exemplo global no combate à corrupção. No entanto, desde a saída desse organismo, as denúncias de interferência nas instituições guatemaltecas têm aumentado.
Sob a presidência de Giammattei, a Guatemala teve um retrocesso em indicadores democráticos e entrou na órbita das autocracias, com táticas como a cooptação do Judiciário e o cerceamento da imprensa. Esse cenário interrompe um período de desenvolvimento democrático na América Central, que teve início nas décadas de 1980 e 1990, quando países como Guatemala, Nicarágua e El Salvador começaram a erguer instituições independentes após guerras e ditaduras.
Diante desse contexto, os Estados Unidos se posicionaram a favor dos guatemaltecos que buscam responsabilizar atores corruptos, evidenciando a preocupação internacional em relação à situação no país. Resta saber como a nova administração de Arévalo lidará com as acusações de corrupção e buscará restabelecer a transparência e o Estado de Direito na Guatemala.
