Ex-ministro Celso Amorim desaprova fala de Genoíno sobre judeus e aguarda decisão da CIJ sobre Israel

Celso Amorim, ex-chanceler e assessor especial da Presidência, emitiu uma declaração afirmando que Genoíno se equivocou ao falar sobre judeus. Em suas palavras, “Somos contra qualquer forma de antissemitismo. Estou certo de que ele também é. A questão não é religiosa ou étnica”. Amorim também mencionou aguardar a posição da Corte Internacional de Justiça em relação a eventuais medidas tomadas contra Israel. A Corte determinou que o governo israelense tome medidas para “prevenir um genocídio”, seguindo o processo aberto pela África do Sul e apoiado pelo Brasil.

Com relação a um possível boicote a empresas vinculadas ao governo de Israel, Genoíno afirmou que defenderia essa medida, explicando que não se trata de preconceito contra o povo judeu, mas sim como uma “arma pacífica contra a ocupação militar”. Ele reiterou seu posicionamento a favor da existência de dois Estados, judeu e palestino, e expressou sua esperança por uma sustação do genocídio.

A resposta de Genoíno gerou reações, incluindo a do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que classificou as declarações como “difíceis e perigosas”, e expressou a esperança de que elas não representassem nem o Partido dos Trabalhadores, nem as autoridades do governo Lula. Zonshine também enfatizou a posição de que o antissemitismo não é algo que o governo pode aceitar.

Este caso é apenas mais um capítulo em um conflito de longa data entre Israel e os palestinos. O apoio do Brasil à abertura do processo contra Israel na Corte Internacional de Justiça demonstra a postura crítica do país em relação às políticas do governo israelense na região, alinhando-se a iniciativas de boicote como forma de pressão para alcançar uma solução pacífica e justa.

Essa situação também destaca a delicada linha entre o ativismo político e o potencial de alimentar sentimentos antissemitas. Em um contexto de respeito às diferenças e busca pela paz, é fundamental que as ações e declarações sejam cuidadosamente consideradas para evitar deslizes que possam reforçar preconceitos e intolerância.

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