Segundo os depoimentos, Bolsonaro convocou reuniões no Palácio da Alvorada após o segundo turno das eleições de 2022 e apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral. O general Freire Gomes deixou claro que o Exército não participaria da implementação desses institutos visando reverter o processo eleitoral, enquanto o tenente-brigadeiro Baptista Junior alertou que não houve fraude nas eleições e destacou a lisura do pleito.
A investigação revelou detalhes dos encontros convocados por Bolsonaro, que foram mencionados anteriormente na delação do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid. Além disso, ex-ministros do governo, como Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, foram implicados por apresentarem versões da “minuta de golpe” aos ex-comandantes das Forças Armadas.
As mensagens apreendidas mostraram que o general Braga Netto liderou uma campanha contra oficiais que rejeitaram o golpe, chegando a ofender o general Freire Gomes. Em um ambiente de tensão e ameaças, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica se opuseram ao plano golpista, enquanto o ex-chefe da Marinha se manteve em silêncio diante das acusações.
O advogado Fábio Wajngarten, representante de Bolsonaro, saiu em defesa do ex-presidente, criticando aqueles que o acusaram e os chamando de “medíocres”. As revelações feitas nos depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas adicionam uma camada de complexidade à situação política do país e evidenciam a polarização e tensão que ainda permeiam a sociedade brasileira.