As populações em situação de vulnerabilidade social, que já sofrem com diversas formas de violência, são as mais afetadas pelos desastres climáticos. No entanto, a vulnerabilidade extrema das mulheres e meninas durante esses eventos vem sendo alertada há anos por organizações da sociedade civil e agências da ONU. Diante da crescente crise climática, é crucial garantir a proteção das mulheres e crianças contra abusos e exploração sexual.
Dados da ONU mostram que as mulheres têm 14 vezes mais chances de morrer em catástrofes climáticas do que os homens, e a violência sexual durante esses eventos agrava ainda mais essa vulnerabilidade. O relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) revela como as mudanças climáticas e a degradação ambiental aumentam a violência contra mulheres e meninas, exigindo a prevenção como prioridade para as autoridades locais.
A falta de atenção do poder público às mulheres desprotegidas é inaceitável. O estupro em abrigos, lugares que deveriam oferecer segurança, não pode ser tolerado. Em situações de tragédia, a solidariedade se manifesta, mas também revela brechas para múltiplas violações, incluindo a transfobia, a quebra de sigilo sobre condições de saúde e a segregação forçada de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize em protesto e exija medidas concretas para proteger as mulheres e populações vulneráveis. Além da reconstrução estrutural do estado e da recomposição dos bens materiais perdidos, é imprescindível que se priorize o cuidado e a segurança das mulheres, implementando um plano de contingência eficaz para mitigar os impactos da crise e protegê-las da violência sexual.
Em momentos como este, o Brasil precisa se unir em prol da justiça e da proteção dos direitos humanos, garantindo que nenhuma pessoa seja deixada para trás em meio às consequências devastadoras de uma emergência climática. A atenção e o cuidado com as mulheres e populações vulneráveis devem ser uma prioridade absoluta, refletindo o compromisso com a dignidade e o respeito a todos os cidadãos.