A pesquisa, que teve início com dados dos estados da região Norte, mostrou que o PCC categoriza as facções entre “amigas”, “inimigas” ou “neutras”. Além disso, o estudo identificou sete facções atuantes nos estados do Acre, Amazonas e Pará em outubro de 2016. A especialista destaca que esse foi o mesmo período em que ocorreram conflitos entre o CV (Comando Vermelho) e o PCC.
De acordo com o estudo, em agosto de 2017, o PCC tinha 194 membros no Amazonas, enquanto a facção FDN (Família do Norte) contava com 6.000 integrantes. Uma análise publicada no Atlas da Violência 2024 mostrou que o Amazonas apresentou a segunda maior taxa de homicídios do Brasil naquela época.
Camila Nunes Dias ressalta a complexidade e a organização por trás desses levantamentos, realizados pelos líderes de cada estado. A pesquisadora aponta que as informações são reunidas e enviadas à liderança central do PCC, que utiliza os dados para definir estratégias de expansão e investimentos em diferentes regiões.
Além disso, o estudo evidencia a estratégia do PCC de evitar a violência direta, priorizando o fortalecimento da organização por meio de negócios e alianças. A pesquisadora destaca que a facção paulista influencia não apenas a dinâmica do crime, mas também a cultura local e as práticas criminosas em diversas regiões do país.
A chegada do PCC no Norte do Brasil impactou não apenas o tráfico de drogas, mas também outras atividades criminosas, como o garimpo e o comércio ilegal de animais. A influência da facção na região mudou a linguagem local, a organização das prisões e a dinâmica da criminalidade.
Em resumo, esse estudo revela a complexa e estratégica operação do PCC para expandir sua influência e poder, utilizando informações coletadas em um censo periódico como base para suas ações em diferentes regiões do país.