Estudo revela que Estados envelhecem e se tornam vulneráveis ao colapso ao longo do tempo, aponta pesquisa inovadora.

Em um recente ensaio histórico, foi abordado o tema da ascensão e queda das grandes potências ao longo da história, um clichê que permeia os registros das sociedades ao redor do mundo. Por meio de um estudo, arqueólogos, historiadores e cientistas da complexidade se propuseram a investigar se a ideia de envelhecimento e extinção dos Estados ao longo do tempo era verdadeira.

O estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, analisou dados de 324 Estados que existiram por cerca de 3 mil anos, desde 2000 a.C. até 1800 d.C. Utilizando uma abordagem estatística e a técnica de análise de sobrevivência, os pesquisadores descobriram que, de fato, os Estados tendem a envelhecer ao longo do tempo, com uma crescente propensão à extinção.

A análise dos dados revelou que o risco de término dos Estados aumentou nos dois primeiros séculos de existência, estabilizando em um nível alto posteriormente. Essa tendência de envelhecimento também foi observada em eventos de crises históricas, reforçando a ideia de que os Estados passam por processos de vulnerabilidade ao longo de sua existência.

Além disso, o estudo identificou padrões semelhantes em dois grupos históricos diferentes: os primeiros agricultores da Europa neolítica e as sociedades Pueblo, do sudoeste dos Estados Unidos. Ambos apresentaram ciclos de crescimento e retração ao longo dos séculos, culminando em crises populacionais e urbanas.

Os pesquisadores levantaram questões sobre a relevância desses padrões de envelhecimento dos Estados pré-modernos para o mundo contemporâneo. Diante do crescimento da desigualdade, da degradação ambiental e dos conflitos entre elites, há preocupações sobre a resiliência e longevidade das sociedades atuais.

Apesar das diferenças entre os Estados antigos e os atuais, a interconectividade global pode amplificar os impactos de um eventual colapso, como visto durante a pandemia de covid-19 e a crise financeira de 2007-2008. Portanto, compreender a história antiga pode auxiliar na prevenção de erros do passado e na identificação de possíveis fontes de envelhecimento das sociedades atuais.

Em suma, o estudo destaca a importância de analisar o envelhecimento dos Estados ao longo da história para compreender os desafios enfrentados pelas sociedades contemporâneas e buscar formas de fortalecimento e sustentabilidade para o futuro.

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