Estudo revela impacto das sequelas pós-Covid em infectados no Rio Grande do Sul e aponta maior prevalência em não vacinados.

Um estudo realizado por pesquisadores de instituições brasileiras revelou a dimensão e prevalência das sequelas causadas pela Covid-19 em pacientes que tiveram a doença. O estudo, divulgado na revista científica Cadernos de Saúde Pública, mostrou que cerca de três em quatro pessoas que tiveram um diagnóstico confirmado para Covid desenvolveram sintomas com duração de três meses ou mais.

Uma das descobertas mais impactantes do estudo foi que pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina apresentaram uma prevalência até 23% maior de desenvolver sintomas tardios, em comparação com os indivíduos com esquema vacinal completo. Além disso, pessoas obesas, mulheres e portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, também tiveram um risco maior de desenvolver sintomas tardios.

O estudo utilizou dados de 1.001 participantes, com 18 anos ou mais, do Rio Grande do Sul, que tiveram resultado positivo para Sars-CoV-2 por exame de PCR ou antígeno rápido. Iniciada ainda em 2020, a pesquisa analisou as sequelas da Covid-19 em diferentes fases da pandemia, incluindo a quarta “onda” de infecção ocorrida no início do inverno de 2022, quando as novas variantes da ômicron (BA.2 e BA.4, principalmente) provocaram aumento de casos de Covid no Brasil e no mundo.

O estudo também revelou que pessoas com uma renda mensal familiar igual ou inferior a um salário mínimo tiveram um risco elevado para desenvolver sintomas tardios da Covid. Além disso, a prevalência de sintomas pós-Covid foi 19% maior em mulheres do que homens, assim como em pessoas obesas (9%) e com condições crônicas de saúde (13%). Entre os principais sintomas registrados pelos participantes estavam fadiga, complicações neurológicas, dor de cabeça, queda de cabelo e perda de paladar e olfato.

Os pesquisadores destacaram a importância de conscientizar a população sobre as sequelas pós-Covid e ressaltaram a necessidade de priorizar estratégias para reduzir a carga da Covid longa no país. Eles também ressaltaram que, considerando o elevado número de casos de Covid-19 no Brasil, é fundamental que as pessoas não normalizem sintomas pós-Covid e busquem atendimento médico quando necessário. A pesquisa sugere que a alta prevalência de sintomas tardios deve ser levada em consideração para o desenvolvimento de políticas de saúde direcionadas a esses pacientes.

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