Estudo mostra domínio do discurso pró-armamento no Congresso Nacional, com perda de força dos defensores do controle de armas.

O debate em torno do armamento civil tem sido dominante no Congresso Nacional nos últimos anos, conforme revela uma pesquisa realizada pelo Instituto Fogo Cruzado. De acordo com o estudo intitulado “O que o Congresso Nacional Fala sobre o armamento civil?”, a defesa do armamento tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões políticas, enfraquecendo a posição daqueles que se opõem ao armamento.

Os dados levantados apontam que, desde 2015, a defesa do armamento tem sido o centro dos debates, com um total de 376 discursos favoráveis ao armamento, em contraste com apenas 157 discursos em defesa do controle de armas e 11 discursos neutros. Esse aumento da ênfase no armamento civil coincide com a ascensão de figuras políticas que defendem essa causa, como Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente em 2018.

A influência do bolsonarismo nas discussões sobre armamento é evidente, visto que desde a gestão de Bolsonaro no poder, diversas medidas foram tomadas para facilitar o acesso às armas no país. Foram publicados 17 decretos presidenciais, 19 portarias, dois projetos de lei, duas resoluções e três instruções normativas que ampliaram o acesso a armas e munições, enfraquecendo os mecanismos de controle e fiscalização.

Além disso, a presença de novos parlamentares com viés armamentista, que foram eleitos em 2022, também contribui para amplificar o debate em torno do armamento civil. A pesquisa aponta que, apesar do discurso pró-armamento ser majoritariamente dominado por homens brancos, a atual legislatura conta com a participação de mais mulheres e jovens nesse campo.

A discussão sobre o papel das armas na sociedade, no entanto, não se limita apenas ao debate político. Há um questionamento sobre a veracidade dos dados e estatísticas utilizados nos discursos, sendo que muitas vezes não se menciona a fonte das informações citadas. Isso torna difícil a confirmação da veracidade dos argumentos apresentados, tornando o debate ainda mais complexo e controverso.

Diante desse cenário, é importante questionar os rumos que a política de armamento está tomando no país e como isso pode impactar a segurança e a violência. A sociedade civil e os órgãos de controle devem permanecer atentos às discussões sobre o armamento civil e buscar um debate embasado em informações claras e precisas para garantir decisões que reflitam o interesse coletivo.

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