De acordo com os resultados do estudo, a exposição a conteúdo de veículos classificados como “mídia tradicional”, incluindo Folha, O Estado de S. Paulo, Band, BBC Brasil, CNN Brasil, G1, Gazeta do Povo, Globo, O Globo e Jovem Pan, está relacionada a níveis mais baixos de crença em desinformação eleitoral. Por outro lado, o uso de conteúdo de veículos de mídia chamados nativos digitais, como Brasil 247, Brasil Sem Medo, Diário do Centro do Mundo, Jornal da Cidade Online, Metrópoles e Antagonista, e das plataformas de internet, como Facebook, Twitter (atualmente chamado de X), YouTube, Instagram, WhatsApp, Google, Telegram e TikTok, não apresentou relação com a mudança nas crenças em informações falsas.
A confiança nas notícias produzidas profissionalmente também foi um fator importante para conter os efeitos da desinformação eleitoral. Segundo Mont’Alverne, as descobertas do estudo mostram como o consumo e a confiança em notícias produzidas por veículos tradicionais podem ajudar a proteger o processo eleitoral.
No entanto, é importante ressaltar que a amostra do estudo tende a estar enviesada para pessoas de maior renda e instrução, devido ao acesso à internet ser menor entre a população de baixa renda no Brasil. Além disso, os pesquisadores utilizaram quatro afirmações falsas que circularam durante o período eleitoral para avaliar a crença em desinformação eleitoral.
O estudo destaca o papel fundamental das instituições jornalísticas para combater a disseminação de desinformação e contestação dos resultados eleitorais por parte de políticos. No Brasil, essa onda de desinformação levou a episódios de violência.
Em suma, os resultados do estudo reforçam a importância do consumo de notícias veiculadas pela mídia profissional para a redução da crença em desinformação eleitoral. A confiança nas informações produzidas por veículos tradicionais apoia a proteção do processo eleitoral e combate à disseminação de fake news. No entanto, é necessário que os meios de comunicação também busquem melhorar sua credibilidade perante a população, para que a confiança seja mantida e fortalecida.