Segundo o estudo, a queima de combustíveis fósseis, principal causa do aquecimento global, tornou a formação de furacões como o Helene 2,5 vezes mais provável na região afetada. Em vez de ocorrências a cada 130 anos, esses eventos podem acontecer a cada 53 anos, em média. Os cientistas concentraram sua análise nas chuvas, ventos e temperaturas da água no Golfo do México, fatores cruciais para a formação do furacão.
Ben Clarke, coautor do estudo e pesquisador do Imperial College London, destacou que todos os aspectos do fenômeno foram ampliados pela mudança climática e alertou que eventos semelhantes se tornarão mais frequentes se o planeta continuar aquecendo. O estudo foi divulgado em meio aos preparativos da Flórida para outro grande furacão, o Milton, pouco mais de uma semana após o impacto do Helene no estado.
Com ventos de 225 km/h, o Helene tocou o solo no noroeste da Flórida em 26 de setembro, seguido por chuvas torrenciais no interior de vários estados, como a Carolina do Norte. O aumento de risco para regiões além das zonas costeiras foi evidenciado pelos pesquisadores, que ressaltaram a importância de dissipar a energia dos furacões para evitar maiores danos.
O estudo, realizado por cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Holanda, utilizou diferentes métodos para analisar os efeitos das mudanças climáticas nos eventos extremos. O aquecimento global já elevou as temperaturas mundiais em cerca de 1,3°C desde o período pré-industrial, contribuindo para o fortalecimento de tempestades como o Helene.
Em conclusão, os pesquisadores alertam que se as emissões de combustíveis fósseis não forem reduzidas, os Estados Unidos enfrentarão furacões ainda mais destrutivos no futuro. A necessidade de ações urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas se torna cada vez mais evidente diante dos eventos extremos como o furacão Helene.