Estratégias políticas e incertezas marcam as eleições na Argentina com Javier Milei liderando nas pesquisas

As eleições na Argentina estão se aproximando e as estratégias políticas dos candidatos estão em foco. Um dos pontos em discussão é a magnitude da mudança desejada pelos argentinos. Javier Milei, candidato libertário, propõe um ajuste fiscal drástico, simbolizado pela sua motosserra. No entanto, questiona-se se o apoio popular a Milei é efêmero ou resistirá ao corte no gasto público.

Segundo pesquisas de opinião, Milei parou de crescer em intenção de voto e pode começar a se desinflar se não ganhar logo no primeiro turno. O risco para Milei é considerável, pois ele pode descobrir que o seu teto de crescimento eleitoral é relativamente baixo.

Outro ponto levantado é a proposta de Milei de eliminar o Banco Central e dolarizar a economia. No entanto, grande parte das promessas do ultraliberal são inconstitucionais ou requerem uma maioria parlamentar que ele não terá nesta eleição. Milei argumenta que convocará plebiscitos, mas essa estratégia também é questionada pelos juristas.

Por sua vez, Patricia Bullrich busca se posicionar como a verdadeira opção de mudança e destaca que sua coalizão terá maioria no Congresso para aprovar as reformas estruturais, além de contar com o apoio de 10 governadores. Bullrich também adota bandeiras que Milei menospreza ou nega, como a defesa dos direitos das mulheres e do meio ambiente.

Sergio Massa, por sua vez, utiliza a estratégia do medo, alertando que seus oponentes aumentarão as tarifas e os preços a ponto de ninguém conseguir pagar, ou que as pessoas perderão subsídios sociais. No entanto, Massa está consagrando Javier Milei como a renovação e observa-se uma troca da palavra “cautela” por “aposta” por parte dos eleitores de Milei.

As pesquisas de opinião perdem cada vez mais credibilidade nessas eleições, após não preverem a liderança de Milei nas primárias em agosto. A dificuldade de conseguir respostas transparentes e confiáveis dos eleitores resulta em resultados completamente diferentes em diferentes pesquisas.

Milei lidera a corrida com alguns pontos à frente, mas não o suficiente para ganhar no primeiro turno. Massa e Bullrich vêm logo atrás, praticamente empatados. Milei parece ser o único candidato que poderia ser derrotado por Bullrich em um eventual segundo turno.

Os indecisos são um elemento de incógnita nessas eleições, com 12% a 15% dos eleitores dispostos a mudar seu voto. Isso pode alterar qualquer cenário de disputa acirrada. Além disso, cerca de 30% dos eleitores não votaram nas primárias em agosto, o que pode influenciar o comportamento dos eleitores na eleição geral.

O resultado das eleições também afetará os mercados financeiros. Se Milei vencer, pode haver uma corrida cambial devido à promessa de dolarizar a economia. Bullrich, por sua vez, traz alguma tranquilidade para o mercado com sua política econômica vista com bons olhos pelos agentes econômicos. Se Massa passar para o segundo turno, é provável que a atual política econômica seja mantida, gerando uma pressão cambial.

Além da eleição presidencial, serão eleitos governadores, senadores e o chefe de governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires. Resta aguardar o resultado das eleições e ver quais estratégias políticas serão bem-sucedidas na Argentina.

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