Esquema milionário do PCC em prefeituras e Câmaras de SP resulta na prisão de três vereadores e advogado de líder foragido

Na manhã desta terça-feira, 16 de março, três vereadores do estado de São Paulo foram presos sob suspeita de participação em um esquema de fraude em contratos que ultrapassam a marca de R$ 200 milhões envolvendo prefeituras e Câmaras Municipais. A Operação Muditia, comandada pelo Ministério Público estadual e pela Polícia Militar, teve como alvo um grupo que seria o elo entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e as administrações locais.

Entre os presos está um advogado ligado ao líder da facção criminosa André do Rap. Além dos vereadores, um total de 13 investigados foram detidos e mais de 40 endereços foram vasculhados durante a operação. Os contratos suspeitos envolvem licitações realizadas em diversas cidades como Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, entre outras. Os vereadores detidos foram identificados como Flávio Batista de Souza, Luiz Carlos Alves Dias e Ricardo Queixão.

Durante as investigações, foram apreendidos diversos itens, incluindo 22 celulares, 22 computadores, armas de fogo, cheques, dinheiro em espécie e até mesmo dólares. As ordens judiciais foram emitidas pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos. Procuradas, as defesas dos presos ainda não se pronunciaram sobre o caso.

De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as empresas envolvidas no esquema atuavam para favorecer interesses do PCC, que influenciava na escolha dos vencedores das licitações e na divisão dos valores obtidos de forma ilícita. As investigações apontam para um esquema de corrupção sistêmica e lavagem de dinheiro envolvendo agentes públicos e políticos.

A Operação Muditia é mais um capítulo na série de ações contra o PCC, que tem mostrado atuação em áreas que vão além do tráfico de drogas e crimes violentos. Um dos detidos é o advogado Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, que segundo a Promotoria, representa um dos líderes do PCC, André do Rap. Este último está foragido desde 2020, quando foi libertado por decisão judicial e posteriormente teve a prisão ordenada pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal.

As autoridades seguem investigando o caso em busca de mais informações e esclarecimentos sobre o envolvimento dos acusados no esquema de corrupção e fraude em contratos públicos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo