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Espionagem israelense: uso de telefones para rastrear e assassinar inimigos ao longo de décadas

Recentes acontecimentos no cenário internacional têm chamado a atenção para as práticas de espionagem do governo israelense, que possuem um histórico marcado por ações audaciosas e controversas. O uso de telefones e outros dispositivos para rastrear, vigiar e até mesmo assassinar inimigos não é novidade para os agentes israelenses, que demonstram uma capacidade ímpar nesse campo.

Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu em 1972, quando agentes do Mossad trocaram a base de mármore do telefone utilizado por Mahmoud Hamshari, representante da Organização para a Libertação da Palestina em Paris. Ao atender o telefonema, explosivos escondidos dentro da base falsa foram detonados remotamente, resultando na morte de Hamshari e em ferimentos graves.

Outra ação marcante foi protagonizada pela agência de segurança interna de Israel, a Shin Bet, em 1996. Neste caso, a equipe conseguiu induzir Yahya Ayyash, um habilidoso fabricante de bombas do Hamas, a aceitar uma ligação em um celular Motorola Alpha contendo explosivos, que resultou na morte do alvo.

Esses casos exemplificam a habilidade dos agentes de inteligência israelenses em utilizar tecnologia de ponta para alcançar seus objetivos. O monitoramento, a identificação e a execução de ações cirúrgicas são características que destacam essas operações como momentos lendários da história da espionagem do país.

Recentemente, a suspeita de um atentado com pagers explosivos no Líbano colocou novamente em evidência a sofisticada rede de espionagem israelense. O Hezbollah, que adotou o uso desses dispositivos para evitar a vigilância, foi alvo do ataque, o que levanta questões sobre a capacidade técnica e o alcance das ações israelenses nesse contexto.

A possibilidade de um ataque cibernético ou de uma intervenção na cadeia de suprimentos para inserção de explosivos nos pagers destaca a complexidade e a sofisticação das operações de espionagem empreendidas por Israel. A investigação em andamento deve esclarecer os detalhes desses eventos e revelar as estratégias adotadas para alcançar os objetivos pretendidos.

Em um cenário geopolítico marcado pela instabilidade e pela rivalidade entre Israel e seus adversários, as ações de espionagem continuam a desempenhar um papel fundamental na segurança e na defesa dos interesses do país. A contínua evolução tecnológica e a capacidade de adaptar-se às novas ameaças são aspectos cruciais para manter a supremacia nesse campo de atuação.

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