O motivo do protesto se deu após a divulgação de áudios comprometedores envolvendo membros do governo. O responsável pela publicação dos áudios é Peter Magyar, ex-marido de Judit Varga, ex-ministra da Justiça de Orbán. Nas redes sociais, Magyar revelou uma gravação na qual membros do governo tentavam interferir em um caso judicial para beneficiar aliados do primeiro-ministro. Essa revelação abalou as estruturas do governo e gerou ainda mais revolta entre os cidadãos.
O casal Magyar e Varga, que anteriormente era tido como símbolo da família conservadora e idealizada pela extrema direita, agora se vê envolvido em escândalos que abalam a imagem do governo Orbán. A crise política ocorre em um momento delicado para o primeiro-ministro, que recentemente viu dois de seus principais aliados renunciarem.
A presidente Katalin Novak e a própria Judit Varga pediram demissão de seus cargos em fevereiro, após apoiarem a decisão de conceder perdão a um homem envolvido em um caso de abuso sexual infantil. O caso veio à tona em abril de 2023, causando indignação na população e levando milhares de pessoas às ruas em protesto.
Orbán tentou se justificar, alegando que soube do escândalo pela imprensa, porém, a pressão popular continuou aumentando. A manifestação dessa terça-feira foi apenas mais um capítulo de uma crise política que parece longe de encontrar uma solução. A população húngara segue exigindo transparência e honestidade no governo, enquanto Orbán enfrenta uma das maiores crises de seu mandato.