Segundo a colunista Raquel Landim, do UOL, essa estratégia de vincular Marçal à facção criminosa é uma forma de tentar reconquistar a confiança do eleitorado de direita, que não vê Nunes como suficientemente leal aos princípios extremistas defendidos por essa parcela da população. Para esses eleitores, a segurança pública é uma bandeira importante, e qualquer associação com o crime pode ser suficiente para comprometer a imagem de um candidato.
No entanto, Landim lembra que Nunes também enfrenta problemas em sua própria gestão, com escândalos no transporte público da cidade. Duas empresas de ônibus estão sob investigação do Ministério Público por suspeita de envolvimento com o PCC, o que levanta questionamentos sobre a ligação entre o crime organizado e a administração pública.
A colunista destaca que o envolvimento de organizações criminosas no cenário político é um fenômeno complexo, que se intensificou com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. Em São Paulo, as investigações apontam para a participação do PCC em empresas de transporte, colidindo com a figura de Milton Leite, vereador apoiador de Nunes. A complexidade desse emaranhado de relações levanta questionamentos sobre a atuação da prefeitura diante de tais fatos.
Diante dessas questões, a disputa eleitoral em São Paulo ganha contornos ainda mais acirrados, com estratégias de desconstrução dos candidatos e revelações de possíveis conexões obscuras entre o crime organizado e a política local. O eleitorado, por sua vez, se vê diante de um cenário complexo e desafiador, onde a escolha do candidato ideal pode não ser tão simples quanto parece à primeira vista.