Esses casos são apenas parte de uma estatística alarmante apresentada por relatórios da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), que apontam 90 prisões injustas por reconhecimento fotográfico entre 2012 e 2020, sendo a maioria destas prisões na cidade do Rio de Janeiro. Além disso, 81% dessas prisões injustas envolviam pessoas negras, como Carlos e Danillo, o que evidencia um viés racial nessas acusações.
A advogada criminal Maysa Carvalhal destaca que o reconhecimento fotográfico é utilizado de forma abusiva para condenar injustamente a população negra e periférica, sem levar em consideração outros elementos de prova que poderiam contradizer essas acusações. O resultado disso são erros judiciários que impactam principalmente homens jovens e negros, como destaca a advogada Juliana Sanches Ramos.
Diante desse cenário, é urgente que o sistema judiciário revise seus métodos de investigação e reconhecimento de suspeitos, a fim de evitar prisões injustas e condenações baseadas em critérios duvidosos. A justiça deve ser cega, imparcial e baseada em provas concretas, não em suposições ou preconceitos. A liberdade e a dignidade dos cidadãos devem ser preservadas, independentemente de sua cor de pele ou origem social.