A decisão de editar uma medida provisória restringindo o uso de crédito presumido de PIS/Cofins acabou gerando uma reação negativa do setor produtivo, culminando em uma derrota para o governo. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, do PSD-MG, anunciou a devolução do texto, invalidando sua vigência, enquanto a desoneração continuou em vigor.
Os integrantes do governo reconheceram que as críticas de Lula não foram direcionadas apenas a um setor, mas sim a toda a equipe. O presidente assinou a medida após a proposta ser elaborada pelo Ministério da Fazenda, avalizada pela Casa Civil e apresentada à equipe de articulação política. No entanto, o governo demorou quase um mês para formalizar uma solução para o caso.
Lula enfatizou a importância de negociar simultaneamente o acordo para manter a desoneração e a medida de compensação para cobrir a renúncia fiscal estimada em R$ 26,3 bilhões. O Palácio do Planalto, por outro lado, demorou para estabelecer uma solução, o que comprometeu as negociações com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
A reação do mercado foi imediata e negativa, com o setor produtivo, especialmente o agronegócio, manifestando sua contrariedade em relação à medida. Empresários mostraram-se descontentes e perceberam a ação do governo como uma forma de retirar recursos de onde for possível. O governo previa arrecadar até R$ 29,2 bilhões com a medida, valor suficiente para bancar a desoneração da folha para empresas de 17 setores e municípios menores.
O mal-estar envolvendo a devolução da medida provisória também atingiu o presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP-AL, que não foi informado previamente sobre o teor do texto. Lira expressou preocupação com a falta de negociação da proposta e a dificuldade de obtenção de votos para aprová-la na Casa.
Portanto, a falta de diálogo e planejamento adequado por parte do governo resultou em consequências negativas tanto no âmbito político quanto econômico, gerando descontentamento e incertezas no cenário nacional.