Entregador sofre discriminação em prédio de luxo no Rio de Janeiro e registra queixa por injúria racial

Um vídeo compartilhado por um homem identificado como João Eduardo tem causado polêmica nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver parte de uma discussão entre o entregador e uma moradora de um prédio. O vídeo tem cerca de sete minutos e mostra a moradora travando a porta do elevador para impedir que o entregador suba.

Durante a discussão, outros moradores observam a cena e questionam o motivo pelo qual o entregador não poderia utilizar o elevador. A mulher, por sua vez, pede para que ninguém se envolva na situação e ressalta que paga o condomínio. “Eu sou condômina. Eu pago condomínio. Você paga?”, questionou a moradora ao entregador. A resposta é desconcertante: “Tu paga condomínio… Qual diferença tem se tu é condômina ou não? Tu é melhor que eu?”

A situação ganhou ainda mais repercussão após a intervenção do porteiro do prédio, que pediu para o entregador sair do elevador. “Para evitar…deixa ela subir logo”, pediu.

Após o episódio, João Eduardo prestou queixa na polícia e o caso foi registrado como injúria por preconceito. A Polícia Civil do Rio de Janeiro foi procurada para esclarecer se o caso será apurado, mas não houve retorno. A reportagem também tentou localizar a moradora envolvida, mas não obteve sucesso.

O entregador, por sua vez, afirmou estar abalado com a situação. Em entrevista ao RJTV, da TV Globo, ele relatou: “Ela fez tanta questão de uma coisa tão fútil, sabe? Um pouco pela minha cor também e pela classe social, talvez por eu ser entregador. É triste, é desgastante também. Desgaste emocional, to um pouco abalado. A gente acorda cedo para trabalhar, para correr atrás do pão de cada dia e se depara com pessoas assim”.

O caso serve como reflexão sobre questões de preconceito e discriminação, além de levantar debates sobre a importância da empatia e do respeito ao próximo. A discussão gerada pelo vídeo traz à tona a necessidade de se discutir e combater atitudes discriminatórias na sociedade. O espaço está aberto para manifestação das partes envolvidas, caso desejem se pronunciar sobre o ocorrido.

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