Enterro do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo é marcado por homenagens e presença do ex-presidente Bolsonaro.

Hoje, o corpo do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Samuel Wesley Cosmo, assassinado na sexta-feira (2) durante patrulhamento em uma favela em Santos, na Baixada Santista, foi sepultado na capital. O enterro, realizado no Mausoléu da Polícia Militar, no cemitério do Araçá, no Pacaembu, zona oeste de São Paulo, contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o local sem falar com a imprensa. Ele foi acompanhado pelo advogado Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação durante o seu governo.

Além disso, o subsecretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, e o delegado-geral Arthur Dian marcaram presença, porém, nenhum deles se manifestou. A presença de policiais militares de diversos batalhões trouxe um clima carregado para a cerimônia, muitos deles estavam cabisbaixos, como se não acreditassem em outra morte de um soldado da Rota em seis meses, algo inédito na corporação.

Em uma lamentável recapitulação, há cerca de seis meses atrás, o soldado Patrick Bastos Reis também lotado na Rota, foi morto durante uma ação em Guarujá, no litoral paulista. Após o assassinato, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocou em ação a Operação Escudo, que resultou em pelo menos 28 mortes entre os dias 28 de julho e 5 de setembro em Guarujá e Santos. Após a morte do soldado Cosmo, o governo reforçou a Operação Escudo na Baixada Santista, que havia sido deflagrada na semana anterior, após a morte do soldado Marcelo da Silva em 26 de janeiro, em Cubatão.

Na madrugada deste sábado, ações da Rota deixaram dois mortos, um deles em Santos —onde um policial foi ferido de raspão no braço— e outro em São Vicente. O ex-chefe da Rota, o deputado Coronel Telhada, fez questão de conversar com a imprensa no cemitério. Ele criticou a ação e disse que não se pode tratar bandidos como “vítimas da sociedade”. Telhada também demonstrou ser favorável ao uso das câmeras corporais, desde que ajude o policial. A morte do soldado Cosmo foi flagrada por um equipamento preso à farda. Nas imagens é possível ver o criminoso, da porta de uma residência, disparar contra o policial que seguia por uma viela.

O deputado também compartilhou que o irmão do soldado Cosmo também era policial militar e foi assassinado há alguns anos. A situação trágica traz à tona a urgência de medidas de proteção e segurança para as forças policiais, além do inegável impacto de violência urbana que atinge diversas localidades. A morte desses valentes soldados é um alerta para a sociedade e para as autoridades, exigindo um profundo e urgente debate sobre ações e políticas de segurança pública que protejam e valorizem aqueles que arriscam suas vidas para proteger a população.

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