O presidente da Enel São Paulo, Max Xavier Lins, garantiu hoje durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que a empresa deve anunciar até a próxima quarta-feira, 6 de dezembro, um plano de ressarcimento para os consumidores afetados pelo apagão do último dia 3 de novembro.
Lins afirmou que a empresa está trabalhando intensamente para resolver essa questão e que a construção do plano de ressarcimento não é um processo simples. Ele destacou que o prazo indicado está em linha com o sinalizado no início do mês, após uma reunião entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e as distribuidoras de energia que atendem o estado.
Além disso, o presidente da Enel São Paulo salientou que o ressarcimento será uma “liberalidade da companhia”, já que não existe nenhuma previsão contratual, legal ou regulatória no setor elétrico para um movimento desse tipo. No entanto, também ressaltou que a proposta envolve as demais concessionárias paulistas, como CPFL Paulista, EDP São Paulo, Elektro e Energisa Sul, mas não conta com participação do Ministério Público.
Lins evitou dar detalhes sobre o conteúdo que será proposto, afirmando que os estudos ainda não foram concluídos. No entanto, ele acredita que outras distribuidoras seguirão o mesmo caminho.
A demora da Enel em restabelecer o atendimento a todos os consumidores afetados tem alimentado críticas contra a atuação da empresa. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, até mesmo anunciou que pediria à Aneel o cancelamento do contrato. Na audiência, Lins apresentou dados que mostram a dificuldade da companhia em restabelecer o fornecimento, como a intensidade da chuva, que resultou na derrubada de quilômetros de linhas e diversos transformadores.
Apesar das críticas, a recuperação do fornecimento da Enel após o evento foi superior ao verificado em outras 4 distribuidoras que atendem o Estado de São Paulo. Lins também destacou as estratégias adotadas nos eventos climáticos posteriores, incluindo nova estratégia de comunicação junto aos consumidores e a mídia, assim como maior interlocução com o poder público.
Portanto, a expectativa é que a empresa cumpra o prazo estabelecido e anuncie o plano de ressarcimento até a quarta-feira, atendendo às expectativas dos consumidores afetados pelo apagão de novembro.