O pastor Sandro Pedroso, de 38 anos, relata a incerteza que paira sobre o futuro de sua família, que precisou deixar sua residência em Canoas, na região metropolitana, para se abrigar na casa da sogra no Morro da Cruz diante do risco de alagamento. Vivendo agora em um espaço que antes abrigava cinco pessoas, a família se vê com mais 10 moradores sob o mesmo teto, enfrentando desafios diários para garantir alimentação e água.
Michel Couto, líder comunitário e membro do G10 Favelas, destaca a importância de investimentos em infraestrutura e também de ações voltadas para a saúde mental dos moradores das periferias, que enfrentam situações de estresse e angústia decorrentes das enchentes. Ele ressalta a necessidade de uma rede de acolhimento psicológico profissional para apoiar quem recebe pessoas desabrigadas.
Enquanto isso, o racionamento de água potável tem dificultado o dia a dia dos moradores, que relatam intermitência no abastecimento. O Dmae informa que todas as zonas periféricas foram abastecidas com caminhões-pipa, garantindo o acesso à água, mas a situação ainda requer atenção.
Diante da situação de emergência, voluntários como Sandro e Michel têm se dedicado à arrecadação e distribuição de doações, visando auxiliar as famílias desabrigadas. A Prefeitura de Porto Alegre anunciou medidas de apoio às famílias afetadas pelas enchentes, demonstrando preocupação com a situação vivenciada pelos moradores do Morro da Cruz e regiões vizinhas.