Enchente no Salgado Filho: impasse entre governo federal e concessionária coloca aeroporto em xeque após tragédia climática no Rio Grande do Sul.

Em uma das cenas mais impactantes da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, um Boeing 727-200 da companhia Total Cargo foi flagrado com água na altura dos pneus na pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, evidenciando os danos causados pela enchente que atingiu a região. O aeroporto, único aeródromo internacional do Estado, foi fechado no dia 3 de maio e desde então tem sido palco de um impasse entre o governo federal e a concessionária Fraport Brasil – Porto Alegre sobre quem arcará com os custos dos reparos necessários.

Com uma extensão de 72 mil metros quadrados na zona norte da capital gaúcha, o Aeroporto Salgado Filho é uma peça fundamental na malha aérea do Cone Sul, recebendo milhares de passageiros e voos semanalmente. No entanto, os estragos causados pela enchente resultaram em um prejuízo mensal estimado em R$ 400 milhões à economia do Rio Grande do Sul, de acordo com o vice-governador Gabriel Souza.

Além dos aspectos financeiros e legais do impasse entre governo e concessionária, a situação também ganha contornos políticos e eleitorais, à medida que o problema se arrasta sem uma solução aparente. A Fraport optou por aguardar a baixa das águas para avaliar os danos na pista de 3.200 metros do aeroporto e assim definir os próximos passos.

Negociações para a reabertura do Salgado Filho já duram 70 dias e foram marcadas por momentos de tensão, como a declaração da CEO da Fraport Brasil, Andrea Pal, sobre a possibilidade de devolução da concessão caso não recebam os recursos necessários. Por sua vez, o governo federal e autoridades locais têm buscado medidas paliativas, como a utilização da Base Aérea de Canoas para pousos e decolagens de voos comerciais.

Enquanto a Fraport e o governo federal buscam uma solução para reabrir o Aeroporto Salgado Filho o mais rápido possível, a população e empresas que dependem do transporte aéreo na região tentam se adaptar às dificuldades, mostrando resiliência e otimismo diante de um cenário desafiador. A espera pela resolução do impasse e a reabertura do aeroporto seguem como uma grande incógnita, afetando não apenas o setor aéreo, mas também a economia e a rotina dos gaúchos.

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