Ochoa destacou que, em usinas de carvão, para cada 50 trabalhadores diretos, há 150 terceirizados e 450 empregos indiretos que não estão cobertos por nenhuma medida de proteção. Isso totaliza 600 trabalhadores em situação de vulnerabilidade durante esse período de transição.
Essa preocupação com o impacto social da descarbonização também foi reconhecida pelo ministro de Energia chileno, Diego Pardow, que mencionou um plano de “transição socioecológica justa” para a cidade de Tocopilla. O plano prevê auxílio à relocação dos trabalhadores, investimentos nas empresas locais e no turismo, e projetos futuros no setor de energias limpas, com foco especial na indústria do hidrogênio verde.
Além disso, empresas como Engie e Colbun também estão se movimentando para minimizar o impacto da descarbonização em seus trabalhadores e comunidades afetadas. A Engie anunciou planos de transformação de áreas descontaminadas em Tocopilla, em colaboração com as comunidades locais, com destaque para projetos relacionados ao hidrogênio e armazenamento de baterias. Já a chilena Colbun, mesmo sem uma data definida para o fechamento de sua central de carvão, está considerando outras opções de combustíveis, como hidrogênio e pallets de madeira.
Portanto, as empresas no Chile estão se movimentando para assumir um papel ativo na mitigação dos impactos sociais da descarbonização, buscando alternativas energéticas mais limpas e garantindo a proteção dos trabalhadores e das comunidades afetadas durante esse processo. No entanto, a preocupação continua em relação à responsabilidade do governo chileno nesse processo e na implementação de políticas públicas que visem uma transição justa e sustentável para todos os envolvidos.