Empreiteiras pedem prazo maior para renegociar acordos de leniência com CGU: valor total chega a R$ 8 bilhões.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e diversas empreiteiras envolvidas em acordos de leniência relacionados à Operação Lava Jato estão em negociações para ampliar o prazo estabelecido inicialmente de 60 dias pelo ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os acordos em pauta envolvem empresas como Braskem, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, UTC e Nova (ex-Engevix), somando um total de R$ 8 bilhões, corrigidos pela inflação para cerca de R$ 11,8 bilhões.

O prazo para as renegociações se encerra nesta sexta-feira (26), e antes do prazo final, a CGU deverá informar ao ministro André Mendonça sobre o andamento das negociações. No entanto, não há expectativa de que acordos individuais sejam alcançados nesta semana. Os acordos de leniência funcionam de forma semelhante a delações premiadas, porém são realizados por empresas, que fornecem informações relevantes em troca de punições mais brandas.

As empresas envolvidas enfrentaram dificuldades financeiras nos anos seguintes à Lava Jato, e agora buscam renegociar os valores acordados inicialmente. Uma das questões em debate é o quanto as empresas poderão abater de suas dívidas em relação a prejuízos fiscais. Enquanto as empresas argumentam que até 70% deveriam ser aceitos, a CGU ofereceu a possibilitade de até 30%. As negociações envolvem também contrapropostas e detalhes específicos sobre as condições dos novos acordos.

Além disso, foi revelado que o escritório do ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, tem a Odebrecht como cliente, uma das empresas em negociação. O ministro afirmou que se licenciou do escritório e não participa das negociações, se declarando impedido em processos relacionados à empresa. As tratativas seguem em andamento, com a expectativa de que as conversas se estendam por mais um mês, enquanto questões como a capacidade de pagamento das empresas são debatidas.

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