Segundo projeções do Global Carbon Project, as emissões globais de carbono devem crescer 1,1% em 2023, o que representa um recorde, com 36,8 bilhões de toneladas de CO2 previstas para serem lançadas na atmosfera. Esses dados foram apresentados nesta terça-feira (5) na COP 28, a conferência do clima da ONU.
A alta de 1,4% em relação a 2019, antes da pandemia desacelerar a economia global, é um reflexo do aumento das emissões principalmente dos combustíveis fósseis, em especial carvão, petróleo e gás natural. E essas altas se refletem em países como Índia, com aumento de 8,2%, e China, com aumento de 4%. Já a União Europeia apresentou uma redução de 7,4% nas emissões, enquanto os Estados Unidos reduziram em 3%.
No entanto, os dados preliminares não incluem os dados de 2023 do Brasil e de outros países, mas o Global Carbon Project afirma que as emissões caíram em 26 países, representando 28% das emissões globais.
Durante a COP 28, o presidente Lula (PT) fez um discurso cobrando um compromisso maior dos países que mais emitem gases do efeito estufa, considerando que 2023 é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. Lula salientou a necessidade de ações imediatas diante dos impactos que a humanidade tem sofrido com eventos climáticos extremos.
O Brasil, um dos países de destaque na emissão de carbono devido ao desmatamento, apresentou uma queda na destruição da Amazônia em 2023. O desmatamento na Amazônia acumulou uma perda de aproximadamente 11,6 mil km² de vegetação em 2022, enquanto em 2023 a perda foi de 9 mil km², representando uma área 22,4% menor, segundo o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).
É importante ressaltar que o ritmo das emissões caiu na última década, mas o orçamento de carbono está perto de atingir seu limite. No ritmo atual, o orçamento termina em 7 anos, o que exige medidas concretas e imediatas por parte dos líderes mundiais para tentar reverter esse quadro.
