A causa de sua morte não foi divulgada, mas o príncipe herdeiro Meshal al-Ahmad al-Sabah, 83 anos, assumiu o seu lugar. Ele governou o Kuwait na prática desde 2021, quando Nawaf nomeou Meshal como seu sucessor.
O emir Nawaf foi visto por diplomatas como um construtor de consenso, porém seu governo foi marcado por rivalidades entre o governo e o parlamento. Ele sucedeu seu irmão, Sabah, que governou por mais de uma década e moldou a política externa do estado por mais de 50 anos.
A família al-Sabah tem uma longa história no governo do Kuwait, comandando o país desde o século 18. Sabah, irmão de Nawaf, foi ministro das Relações Exteriores por quatro décadas e depois tornou-se primeiro-ministro.
Sabah buscou aproximar o país de seus vizinhos, criando laços fortes com a Arábia Saudita e mediando tensões na região. Em 1990, o Kuwait foi invadido pelo Iraque, gerando a Guerra do Golfo, que resultou na sua libertação por uma ação militar dos EUA.
O Kuwait, que detém a sétima maior reserva de petróleo do mundo, faz fronteira com a Arábia Saudita e o Iraque no golfo Pérsico. O país tem uma área de 17,8 mil km². O príncipe herdeiro automaticamente se torna emir, mas assume o poder somente após prestar juramento no parlamento.
Antes de delegar o poder ao seu herdeiro, Nawaf buscou uma trégua na cena política doméstica, inclusive emitindo anistia para dissidentes, porém o impasse persistiu, levando Meshal a dissolver o parlamento e antecipar as eleições.
O Kuwait proíbe partidos, mas ainda é um dos estados mais politicamente liberais da região, com uma assembleia legislativa que inclui sunitas, xiitas e liberais. Com a morte de Nawaf al-Ahmad al-Sabah, o Kuwait inicia um novo capítulo em sua história, encerrando o governo de um emir que buscou consenso e estabilidade em uma região marcada por rivalidades e tensões.
