Durante uma entrevista concedida à DW na embaixada ucraniana em Brasília, Melnik discutiu os equívocos existentes no Brasil em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia e seus planos para enfrentá-los. Ele ressaltou que o conhecimento sobre a Ucrânia no Brasil é limitado, mas que a culpa disso é do seu próprio governo, que não tem feito um trabalho adequado nos últimos anos. Segundo Melnik, é necessário se aproximar da sociedade brasileira e da comunidade política, explicar a situação e mostrar que a Ucrânia não é apenas uma vítima, mas um país com uma história e uma cultura rica.
Quanto ao papel do Brasil nessa guerra, Melnik acredita que o país pode desempenhar um papel importante na mediação e na ajuda humanitária. Ele aponta que o Brasil possui uma forte tradição diplomática e que tanto a sociedade quanto os ativistas políticos e a mídia podem influenciar a liderança russa a libertar crianças sequestradas e prisioneiros de guerra. Além disso, o Brasil pode ajudar na remoção de minas e na recuperação de áreas afetadas pela guerra, bem como garantir que os crimes de guerra sejam julgados.
Melnik também abordou as declarações do presidente Lula em relação à guerra na Ucrânia. Ele afirmou que o Brasil, oficialmente, condenou a invasão e a violação das leis internacionais, e que está comprometido em buscar uma solução pacífica. Melnik expressou seu contentamento com o encontro entre Lula e Zelenski, destacando que foi uma conversa franca e honesta entre líderes ambiciosos, sem grandes expectativas, mas com o desejo mútuo de entender melhor a posição de cada um.
Em suma, o novo embaixador ucraniano em Brasília está determinado a mobilizar a diplomacia brasileira a “pensar fora da caixa” e liderar o processo de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele vê o Brasil como um país líder dentro das Nações Unidas e acredita que o país pode desempenhar um papel crucial na resolução dessa guerra. Melnik está empenhado em ampliar o conhecimento sobre a Ucrânia no Brasil e em contar as histórias das pessoas afetadas pela guerra. Ele aposta em uma maior cooperação entre os dois países para enfrentar os desafios humanitários e para garantir um julgamento dos crimes de guerra cometidos.
