Em meio a tesourada, Lula poupa recursos das Forças Armadas no Orçamento de 2024

O presidente Lula, do PT, sancionou o Orçamento de 2024 e vetou R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares, poupando recursos das Forças Armadas do corte. A tesourada atingiu em cheio ministérios comandados pelos partidos do centrão, mas as unidades orçamentárias ligadas às Forças Armadas foram poupadas do corte.

Essa atitude de Lula foi considerada mais um dos gestos do petista à caserna, que incluíram uma série de compromissos militares em suas viagens no início do ano. Os Comandos do Exército e da Aeronáutica mantiveram os valores de emendas de comissão aprovados pelo Congresso, sendo que a verba mais alta foi destinada ao Fundo Naval, da Marinha, com mais de R$ 122 milhões, valor protegido por Lula.

As emendas parlamentares são recursos enviados por deputados e senadores para obras e projetos, sendo uma forma de colher capital político para os legisladores e também de engordar o caixa dos ministérios. No entanto, o presidente vetou repasses para ministérios como o da Ciência e Tecnologia, mas preservou os valores para as Forças Armadas.

O corte no orçamento das Forças Armadas foi considerável, principalmente nos investimentos do Exército, que viram o PAC ser reduzido de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,3 bilhão. A situação causou preocupação no Ministério da Defesa, que avalia formas de recuperar ao menos parte dos recursos retirados pelo Congresso.

A relação entre Lula e as Forças Armadas foi marcada por desconfianças desde a transição, mas houve um gradual distensionamento no último ano. As viagens do presidente para bastiões do PT no Nordeste foram recheadas de compromissos militares, num gesto à caserna.

Além disso, o veto de Lula nas emendas parlamentares de 2024 pode desencadear uma crise com o Congresso, e parlamentares já falam em derrubada do veto do petista. Por fim, apesar da tesourada, o total em emendas parlamentares em 2024 será recorde, atingindo R$ 47,5 bilhões.

Neste contexto, a ação de Lula em relação ao Orçamento de 2024 e às Forças Armadas tem impacto direto na relação do governo com o Congresso e nas políticas públicas prioritárias para o país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo