A indefinição do envio da força multinacional para apoiar o Haiti afeta diretamente o plano que era projetado para ter início em janeiro. O Supremo Tribunal do Quênia disse que só emitirá uma nova decisão em 26 de janeiro, atrasando qualquer possibilidade de envio da força de segurança. Enquanto isso, o debate sobre o tema está travado em Nova York, onde está localizada a sede do Conselho de Segurança. Além disso, paralelamente às negociações na ONU, o Brasil planeja oferecer treinamento policial aos haitianos, mas sem enviar efetivos.
A situação se torna ainda mais crítica devido à onda de violência que assola a capital Porto Príncipe, onde grande parte do território é controlado por gangues armadas e sob um governo disfuncional representado pelo primeiro-ministro Ariel Henry. Recentes acontecimentos, como a morte de um dos líderes da coalizão de gangues G9, conhecido como Iskar Andrice, acirraram a disputa territorial entre as gangues. Iskar, que era um dos líderes da G9, estava envolvido em crimes de assassinato, extorsão, estupro, roubo de mercadorias e caminhões.
A situação também é agravada pelo processo de investigação do assassinato do presidente Jovenel Moïse, que não avança devido à disfuncionalidade das instituições haitianas. Com a espiral de violência urbana e a incerteza em torno do envio da missão de apoio à polícia haitiana, a situação no país do Caribe parece se agravar a cada dia.