O partido Chega, que teve um aumento significativo no número de cadeiras, trouxe à tona uma nova força política, forçando os partidos tradicionais, como o Partido Socialista (PS) e a coligação de direita social-democrata (AD), a se posicionarem diante dessa nova realidade. Enquanto o PS descartou formar um bloco com a AD, esta última cobrou apoio dos socialistas e exigiu participação no governo.
A entrada em cena do Chega representou um divisor de águas na política portuguesa, refletindo a voz de um eleitorado que clama por mudanças e novas abordagens. Os resultados eleitorais demonstram a necessidade de uma visão para o futuro que responda aos desafios do presente, como a desigualdade social, a sustentabilidade ambiental e a integração europeia.
Os partidos tradicionais, como o PS e o PSD, agora se veem pressionados a reavaliar suas narrativas e políticas para se manterem relevantes em um cenário político em transformação. A chegada do Chega representou uma oportunidade para a política tradicional se reafirmar ou se reinventar, respondendo às demandas de uma sociedade em evolução.
Além disso, a reconfiguração política em Portugal tem repercussões para a comunidade brasileira e para a política de imigração de modo geral. A agenda política mais restritiva do Chega em relação à imigração pode gerar ansiedade entre os imigrantes em busca de estabilidade e aceitação.
Neste contexto, é fundamental que os partidos tradicionais ofereçam respostas equilibradas que assegurem aos imigrantes, incluindo os brasileiros residentes, que Portugal continuará sendo um lugar acolhedor e repleto de oportunidades. A capacidade de manter uma política de imigração inclusiva e justa será um teste crucial para os valores democráticos portugueses e para a imagem do país como uma sociedade aberta e progressista no âmbito europeu e global.