Eleições de 2024 apontam para direitização do Parlamento Europeu, mas tendência não ameaça predomínio dos maiores grupos políticos.

Nas últimas semanas, diversos sinais no continente europeu indicam uma possível movimentação para a direita no Parlamento Europeu, após as eleições programadas para junho de 2024. Apesar dessa tendência, a análise indica que esse movimento não representará uma ameaça ao predomínio dos maiores grupos políticos, que compreendem uma combinação de centro-direita, centro-esquerda e liberais.

A base de apoio da Comissão Europeia, atualmente presidida por Ursula von der Leyen, é composta pelo Partido Popular (PPE), Socialistas e Democratas e Renovar Europa. Embora ainda não tenha anunciado oficialmente suas intenções, Von der Leyen é considerada uma forte candidata a um segundo mandato de cinco anos à frente da União Europeia. Seu nome depende da indicação dos 27 líderes dos países-membros e da aprovação no Parlamento.

A ascensão da ultradireita é evidente, com vitórias de políticos como Giorgia Meloni na Itália e Geert Wilders na Holanda. Além disso, partidos pouco moderados acumulam resultados positivos na França e Alemanha, sinalizando um avanço desse grupo político. Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional em Paris, lidera as intenções de voto para a eleição europeia, enquanto o partido Alternativa para a Alemanha venceu disputas importantes e se posiciona nacionalmente como o segundo partido mais popular, com cerca de 20% de apoio.

A projeção é que o grupo Identidade e Democracia (ID), composto por partidos com discurso eurocético e anti-imigração, possa conquistar mais assentos no Parlamento, tornando-se a quarta maior força da Casa. Outro grupo que também deve sair fortalecido das urnas é o dos Conservadores e Reformistas (ECR), formado por partidos como Irmãos da Itália, Vox e Lei e Justiça.

Porém, a questão da imigração e a crise climática devem ser temas sensíveis que a ultradireita explorará na campanha e no Parlamento, buscando atrair eleitores preocupados com essas questões. A emergência climática e as políticas para a transição energética podem se tornar alvo de críticas por parte da extrema direita.

Além disso, a situação da Ucrânia, que avançou mais um passo no sentido de ingressar na União Europeia, gera controvérsias, especialmente devido à oposição do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, aliado do presidente russo Vladimir Putin. Orbán se opõe ao ingresso da Ucrânia e bloqueou um pacote de € 50 bilhões para o país, o que deve gerar pressão sobre os líderes europeus.

Todas essas questões tornam as eleições de 2024 um momento crucial para a política europeia, com a possibilidade de mudanças significativas na composição do Parlamento e nas políticas adotadas pela União Europeia. Esses desdobramentos serão acompanhados de perto pelos líderes e cidadãos europeus nos próximos meses.

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