Repórter São Paulo – SP – Brasil

Eleição na Eslováquia sinaliza derrota para presidente ucraniano e possível mudança na política externa do país.

Neste sábado (30), as eleições na Eslováquia indicaram uma possível mudança nos rumos da política externa do país. Apesar das pesquisas boca de urna apontarem para uma vitória apertada do partido Eslováquia Progressista (PS), foi o Smer, liderado pelo ex-premiê Robert Fico, quem saiu vitorioso. Essa vitória sinaliza uma possível grande derrota para o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Durante sua campanha, Fico criticou o apoio de Bratislava à Ucrânia e prometeu interromper a ajuda ao país vizinho no esforço contra a invasão russa. A Eslováquia já repassou cerca de 1,3% de seu Produto Interno Bruto em auxílio militar e econômico à Ucrânia.

Com 99% dos votos apurados, o partido nacionalista Smer obteve 23,34% dos votos e precisará formar um governo de coalizão, já que não possui a maioria das cadeiras do parlamento eslovaco. O segundo partido mais votado foi o Hlas, dissidente do Smer, que pode integrar a coalizão liderada por Fico.

Além do Hlas, outros partidos nacionalistas, como o Partido Nacional Eslovaco (SNS) e o Republika, podem fazer parte do governo. Essas legendas são contrárias à União Europeia e à Otan, além de serem favoráveis às políticas pró-Rússia. No entanto, apenas o SNS alcançou o percentual mínimo de 5% para ingressar no parlamento.

Caso a coalizão liderada por Fico seja formada, a Eslováquia será o primeiro país da Otan e da União Europeia a retirar o apoio à Ucrânia e encerrar o cumprimento de sanções à Rússia. Essa possível mudança na política externa eslovaca pode representar um ponto de inflexão para Zelenski, que já enfrenta ameaças ao seu apoio também da Hungria de Viktor Órban, aliado do presidente russo Vladimir Putin e crítico das sanções a Moscou.

Além disso, a decisão da Polônia de desistir de enviar ajuda militar à Ucrânia reforça a fadiga entre os aliados ocidentais em relação ao conflito. A aproximação das eleições polonesas em outubro também contribuiu para essa decisão, uma vez que o partido Lei e Justiça enfrenta pressões mais à direita, inclusive de grupos extremistas, e se baseia em sentimentos nacionalistas que fazem críticas à guerra.

Todas essas mudanças na política externa dos países vizinhos representam um desafio para a Ucrânia, que já enfrenta a invasão russa. As próximas semanas serão fundamentais para avaliar os impactos dessas eleições na região e as possíveis consequências para o cenário geopolítico.

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