Economistas apontam cenário macroeconômico positivo, mas Brasil precisa de esforço fiscal para atingir grau de investimento, diz agência Moody’s.

A economia brasileira tem enfrentado um momento positivo, com a inflação controlada e um crescimento de quase 3% no último ano. Esses fatores levaram a agência de classificação de risco Moody’s Ratings a elevar a nota de crédito do país, que agora está a apenas um passo do tão cobiçado grau de investimento. No entanto, os economistas alertam que o governo precisará realizar um esforço fiscal maior para que essa meta seja alcançada.

Atualmente, o Brasil permanece em um nível especulativo, com a nota “Ba1”. De acordo com a Moody’s, a credibilidade do cenário fiscal do país ainda é moderada. O grau de investimento é concedido por agências internacionais de classificação de risco para definir que se trata de um investimento seguro, com baixo risco de calote.

A economia brasileira é considerada relativamente boa por Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, mas ele destaca que a questão fiscal é o principal obstáculo para o país avançar. Vale cita um déficit fiscal forte previsto para os próximos anos e um aumento da dívida.

Para alcançar o grau de investimento, será necessário um ajuste fiscal duradouro e significativo, conforme apontado por Vale. Medidas como a desvinculação do salário mínimo da Previdência Social serão essenciais nesse processo. No entanto, o economista destaca que será necessário um esforço ainda maior do governo para atingir esse objetivo.

Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, destaca a importância de estabilizar ou reverter a dívida pública, manter o crescimento econômico e controlar a inflação para chegar ao grau de investimento. A reforma administrativa e o aumento do fluxo comercial com outros países também são medidas necessárias, de acordo com Salles.

Paulo Gala, economista-chefe do banco Master, considera o upgrade do Brasil pela Moody’s razoável, mas ressalta a importância de controlar as despesas públicas. Com o crescimento econômico observado no país, Gala acredita que o Brasil não está longe de alcançar o grau de investimento, o que pode acontecer nos próximos dois anos.

Apesar da elevação da nota de crédito, Felipe Miranda, da Empiricus, destaca a importância de medidas críveis para controlar os gastos fiscais no Brasil. Ele ainda questiona a credibilidade e o impacto das agências de classificação de risco no mercado.

Em meio a essas discussões, o banco Fator ressalta a preocupação da Moody’s com a credibilidade fiscal no país. A decisão da agência de elevar a nota de crédito é vista com cautela por alguns analistas, que consideram a mudança um tanto precipitada.

Em resumo, a economia brasileira apresenta sinais positivos, mas o desafio fiscal ainda é o principal obstáculo para alcançar o grau de investimento tão almejado. A necessidade de um ajuste fiscal mais robusto e duradouro é destacada pelos economistas, que apontam a importância de medidas concretas para garantir a estabilidade econômica do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo