Diversas fontes, incluindo o conhecido jornal taiwanês Digitimes e a revista Caixin, de Pequim, confirmaram que o dispositivo realmente possui um SoC (System on Chip) qualificado para 5G, seguindo a tendência atual do mercado de oferecer conectividade via satélite.
Em um teste realizado pelo influenciador de tecnologia chinês, Lou Bin, do canal Wekihome, o Mate 60 Pro alcançou velocidade de conexão 5G. Lou adquiriu dois aparelhos na loja da Huawei em Shenzhen, que é a única loja física da empresa além das vendas online. Ele afirmou que o dispositivo possui velocidade de conexão 5G sólida e que essa conquista é algo histórico para a Huawei.
Além disso, o Mate 60 Pro busca ser autossuficiente, com a Huawei fabricando bateria, acessórios, Wi-Fi, Bluetooth e ICs de gerenciamento de energia em suas subsidiárias. A aparência online do dispositivo coincidiu com a visita da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, à China, o que levanta suspeitas sobre a intenção da Huawei em aproveitar essa visita para chamar atenção para seu novo produto.
Vale destacar que os EUA impuseram diversas sanções à Huawei nos últimos quatro anos, incluindo a proibição do uso de chips 5G da taiwanesa TSMC, que era uma das principais fornecedoras da empresa. Além disso, a Huawei também foi privada do uso de ferramentas e do sistema Android do Google, o que levou ao desenvolvimento do HarmonyOS, que foi atualizado juntamente com o Mate 60 Pro.
Com um preço fixado em 6.999 yuans, cerca de R$ 4.770, o Mate 60 Pro oferece uma velocidade máxima de download entre 500 e 800 megabits por segundo (Mbps), superando os limites de velocidade do 4G. No entanto, ainda não está claro qual empresa está fabricando os chips Kirin 9000S, desenvolvidos pela própria Huawei para o 5G, embora acredite-se que sejam chineses, provavelmente produzidos pela SMIC de Xangai.
Algumas análises indicam que a tecnologia de fabricação utilizada pela SMIC está defasada em relação à TSMC, que fornece chips mais avançados para a Apple. Isso pode afetar a competitividade do Mate 60 Pro no exterior, especialmente pelo fato de não poder utilizar o sistema operacional Android. No entanto, a empresa de investimentos HuaJin Securities, de Xangai, prevê um impacto positivo na cadeia de suprimento de tecnologia chinesa e acredita que o Mate 60 Pro possa servir como catalisador para o desenvolvimento de smartphones mais avançados no país.