De acordo com Thais Porlan, analista do comportamento e professora da UFMG, é essencial que as políticas públicas criem mecanismos para avaliar e fiscalizar os cursos de formação em ABA, garantindo que os profissionais sejam bem formados e qualificados. Porlan ressalta a importância de regular a qualidade dos serviços prestados, evitando a proliferação de cursos de final de semana que visam apenas o lucro, sem oferecer uma formação adequada.
A ABA tem sido alvo de críticas, especialmente em relação à intensidade da carga horária da terapia. No entanto, pesquisas têm demonstrado que a intensidade é fundamental, principalmente para crianças pequenas, pois o início do neurodesenvolvimento é um momento crucial para intervenções eficazes. O profissional qualificado, com conhecimento especializado em TEA e ABA, é responsável por definir a intensidade do tratamento, levando em consideração as necessidades e desejos da família e do indivíduo.
Uma das críticas mais graves feitas ao dossiê foi a comparação da ABA com um regime manicomial. Essa analogia foi considerada descabida e desrespeitosa por profissionais e pesquisadores da área, que argumentam que a ABA contribui significativamente para a qualidade de vida e autonomia dos indivíduos com TEA. Garantir uma atuação ética dos profissionais envolve, principalmente, uma formação adequada e a regulamentação da profissão, evitando a proliferação de cursos de baixa qualidade.
Diante dessas questões, é fundamental que o Brasil regule a formação dos terapeutas e promova políticas públicas que valorizem o conhecimento científico e a qualidade dos serviços prestados. A ABA, quando aplicada de forma ética e qualificada, pode contribuir significativamente para o desenvolvimento e a inclusão de indivíduos com TEA na sociedade.