Dores da endometriose impactam diretamente na qualidade de vida das mulheres, aponta estudo liderado por médico da USP.

Um estudo científico recente publicado na revista Reproductive Sciences revelou dados alarmantes sobre o impacto da endometriose na qualidade de vida das mulheres. A pesquisa, liderada pelo renomado médico brasileiro Maurício Abrão, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa, trouxe à tona informações sobre as dores intensas causadas por essa condição que afeta entre 10% e 15% das mulheres no Brasil.

O estudo contou com a participação de 1.129 pacientes submetidas a tratamento cirúrgico para endometriose. Antes da cirurgia, as participantes responderam a um extenso questionário com 36 perguntas que abordavam diversos aspectos, como qualidade de vida, capacidade de realização das atividades diárias, saúde mental e dor. Os resultados apontaram um impacto significativo nas vidas das mulheres afetadas, com a maioria apresentando uma queda na qualidade de vida, especialmente aquelas que sofriam com dores intensas, classificadas como 7 ou mais na Escala Visual Analógica (EVA).

De acordo com Maurício Abrão, as conclusões do estudo evidenciam que a endometriose, quando associada a dores severas e persistentes, pode causar um sofrimento psicológico e social profundo, chegando a ser incapacitante para algumas mulheres. A dor uterina foi apontada como a mais prevalente, atingindo 93,6% dos casos, com uma média de 7,6 na escala EVA.

Este trabalho científico se destaca ainda mais neste mês de março, dedicado à conscientização sobre a endometriose, conhecido como março amarelo. É fundamental que mais pesquisas e ações sejam realizadas para fornecer suporte e tratamentos mais adequados para as mulheres afetadas por essa condição. A ciência tem um papel fundamental na busca por soluções que possam melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dessas pacientes.

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