Repórter São Paulo – SP – Brasil

Dona Cadu, guardiã da cultura popular do Recôncavo da Bahia, falece aos 104 anos deixando legado de arte e sabedoria africana.

No Recôncavo da Bahia, uma triste notícia abalou a região nesta terça-feira, 21. Aos 104 anos, faleceu Dona Cadu, uma das maiores guardiãs da arte e cultura popular na área da Baía de Todos os Santos. Conhecida como mestra ceramista, rezadeira e sambadeira, ela deixou um legado de práticas e saberes ancestrais da herança africana e indígena.

Nascida em São Félix, no Recôncavo Baiano, Dona Cadu aprendeu desde cedo a arte da olaria e se dedicou por décadas a aprimorar seus conhecimentos nessa área. Além disso, cultivou o amor pelo samba, seguindo os passos de seu pai, e ao longo de sua vida se tornou uma referência cultural na região. Líder comunitária e agitadora cultural, ela deixou sua marca à frente do grupo Filhos de Dona Cadu.

Localizada no Distrito de Coqueiros, em Maragogipe, Dona Cadu mantinha em atividade a fabricação de panelas, pratos, utensílios domésticos e religiosos, além de peças decorativas de barro. Às margens do rio Paraguaçu, enquanto entoava seus sambas e rezas, ela moldava o barro, criando peças de cerâmica que uniam beleza e utilidade, sendo utilizadas tanto na gastronomia quanto em práticas religiosas.

A morte de Dona Cadu representa uma perda irreparável para a cultura e as tradições do Recôncavo da Bahia. Sua trajetória de vida e suas contribuições artísticas serão lembradas e celebradas por todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la e compartilhar de sua sabedoria. Que seu legado permaneça vivo e inspire as futuras gerações a valorizarem e preservarem as riquezas culturais de nossa história.

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