Repórter São Paulo – SP – Brasil

Documento de 33 páginas classifica a economia argentina como “a terceira crise de dívida” com críticas à gestão de Macri e Milei.

Ex-presidente Cristina Kirchner lança documento com duras críticas ao governo ultraliberal de Milei

Em uma atitude inédita desde o final de seu mandato, a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, lançou um documento de 33 páginas classificando o momento atual da economia argentina como “a terceira crise de dívida”. As críticas contundentes se direcionam à gestão liberal de Maurício Macri e apontam que a crise deve atingir seu auge no governo ultraliberal de Milei.

No documento, a ex-presidente endereça duras críticas ao atual ministro da Economia, Luis Caputo, a quem ela responsabiliza pela atual crise. Ela destaca o “safari da dívida” realizado por Caputo durante sua gestão como secretário de finanças, culminando na necessidade de recorrer ao FMI para auditar a economia argentina. Outro ponto de crítica é a reciclagem de funcionários fracassados do governo Macri para integrar o atual Executivo, onde Caputo se encontra.

A reação do ministro Luis Caputo não foi amena. Ele criticou os 16 anos de gestão de Cristina como presidente e vice-presidente, convidando-a a “ter um pouco de dignidade e permanecer calada”. Cristina não deixou a provocação passar e respondeu, destacando a necessidade de Caputo ter respeito e referindo-se a investigações envolvendo a família do ministro.

Além disso, a ex-presidente pontuou que, durante a finalização do documento, surgiram declarações de Milei em relação à nova aliança do governo com a incorporação orgânica do macrismo no âmbito legislativo e executivo. Ela aponta que esta aliança resultaria na “quarta coalizão de governo” pela fusão de Macri e Milei.

O retorno de Milei à Argentina depois de passar por Israel e Itália evidenciou sua postura em relação à derrota parlamentar de seu pacote ultraliberal conhecido por Lei Ônibus. Ele indicou que pretende aprofundar a presença em seu governo do Partido Republicano (PRO), de Maurício Macri.

Esse embate político acirrado, registrado em declarações públicas e nas redes sociais, demonstra a polarização e a tensão que imperam na cena política argentina. A ex-presidente Cristina Kirchner, conhecida por suas posturas firmes e confrontativas, não parece disposta a recuar diante das críticas e provocações, mantendo-se ativa no cenário político do país. Enquanto isso, o governo ultraliberal de Milei enfrenta desafios e oposições que podem influenciar significativamente a trajetória política e econômica da Argentina nos próximos anos.

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