Dívida dos países ricos com o Acordo de Paris e a Biodiversidade permanece apenas uma promessa, afirma Lula na ONU.

A dívida dos países ricos com os países em desenvolvimento continua sendo uma promessa vazia. Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou a falta de mobilização de recursos financeiros e tecnológicos para implementar os acordos climáticos internacionais. Lula destacou que a promessa de destinar 100 bilhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento, como decidido no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade, ainda não foi cumprida, e alertou que esse valor seria insuficiente diante das demandas que alcançam trilhões de dólares.

Além disso, Lula mencionou a persistência de conflitos em várias regiões do mundo, como a guerra na Ucrânia, a crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen e as rupturas institucionais em diversos países africanos. Ele questionou se esses levantes são golpes de Estado ou lutas legítimas pela conquista da soberania, ressaltando a importância do diálogo para resolver essas questões.

O presidente também abordou a desigualdade global e o aumento da pobreza no mundo. Ele destacou que 735 milhões de pessoas estão sofrendo com a fome, e ressaltou a necessidade de ações efetivas para reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles. Lula enfatizou a importância de incluir os pobres nos orçamentos nacionais e de fazer os mais ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio, como forma de combater a desigualdade.

No que diz respeito ao combate à mudança climática, Lula ressaltou que os países ricos têm a responsabilidade de corrigir os danos causados pelo modelo de desenvolvimento baseado em altas emissões de gases de efeito estufa. Ele ressaltou que as populações mais vulneráveis do Sul Global são as mais afetadas pelos efeitos da mudança climática, e enfatizou as ações do Brasil na transição energética, com uma matriz energética cada vez mais limpa e renovável.

Lula também destacou a importância da preservação da Amazônia e anunciou medidas tomadas pelo Brasil para combater o desmatamento e crimes ambientais na região. Ele mencionou a Cúpula de Belém, que reuniu países amazônicos em busca de colaboração mútua, e enfatizou a necessidade de uma visão conjunta entre esses países para preservar não apenas a Amazônia, mas também outras florestas tropicais, como o Congo e o Bornéu-Mekong.

Em suma, Lula ressaltou a importância de ações concretas para enfrentar os desafios globais, como a desigualdade, a mudança climática e a preservação ambiental. Ele cobrou dos países ricos a cumprimento de suas promessas de apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento e enfatizou a importância do diálogo e da cooperação internacional para resolver os conflitos existentes.

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