Apesar de todos os crimes cometidos durante seu governo, Pinochet nunca foi condenado por suas ações. Mesmo com pedidos de extradição, como no caso de Rafael Francisco Ahumada Valderrama, acusado pelo assassinato de Juan José Montiglio Murúa em 1973, a justiça foi incapaz de responsabilizá-lo devido a um certificado médico que alegava demência senil do ex-militar.
Montiglio foi um dos líderes do Grupo de Amigos Pessoais (Gap), que tinha como objetivo proteger áreas residenciais e cargos presidenciais durante o governo de Salvador Allende. No entanto, após o ataque ao palácio presidencial de Moneda pelas forças repressivas de Pinochet, Montiglio desapareceu e nunca mais foi visto.
Entre as vítimas da ditadura chilena, destacam-se figuras como Omar Venturelli, um padre descendente de imigrantes italianos que liderou o povo mapuche na ocupação de terras e que desapareceu em outubro de 1973. Outro caso é o de Juan Maino, um fotógrafo e militante de esquerda que foi preso pela DINA, a polícia secreta de Pinochet, em 1976, e acredita-se que tenha sido assassinado após ser levado para centros de tortura.
Esses exemplos demonstram a amplitude do terror e da violência desencadeados pela ditadura de Pinochet, que deixou um legado de dor e sofrimento para milhares de chilenos. A luta por justiça e memória pelas vítimas ainda continua, na esperança de que casos como esses não se repitam no futuro.