Distribuição de alimentos em Gaza termina em tragédia: cinco palestinos mortos e dezenas feridos em tumulto durante entrega

Neste sábado, a distribuição de alimentos na Cidade de Gaza causou a morte de cinco palestinos, de acordo com informações do Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha no mundo islâmico. O incidente ainda deixou outras 30 pessoas feridas em um tumulto durante a distribuição dos mantimentos. As vítimas teriam sido atingidas por disparos, segundo a organização.

O Exército de Israel se manifestou afirmando que não tinha informações sobre o ocorrido. Imagens mostram caminhões buzinando em meio a disparos, criando um cenário de caos onde algumas pessoas foram atropeladas. Testemunhas entrevistadas pela agência de notícias AFP relataram que membros dos “comitês de proteção” foram os responsáveis pelos disparos que deixaram vários feridos.

A Faixa de Gaza, palco de quase seis meses de guerra, enfrenta uma situação crítica de fome, colocando a maioria dos 2,4 milhões de habitantes em grave insegurança alimentar, de acordo com alertas emitidos por diversas organizações humanitárias. Esse cenário tem pressionado para o aumento significativo do fluxo de ajuda humanitária na região.

Na sexta-feira, Amany, uma palestina de 44 anos, mãe de sete filhos e refugiada no campo de Shati, na Cidade de Gaza, relatou à AFP a escassez de comida e água na região. Em um esforço para garantir o fornecimento de alimentos básicos à população de Gaza, a Corte Internacional de Justiça ordenou unanimemente que Israel adotasse todas as medidas necessárias nesse sentido.

Diante da gravidade da situação, uma segunda embarcação com ajuda humanitária partiu de Chipre com destino à Gaza, levando 400 toneladas de insumos. No entanto, as agências da ONU alertam que os meios utilizados até agora, como os lançamentos aéreos e o corredor marítimo, são insuficientes para atender às necessidades da população.

Com a situação se agravando, países como Estados Unidos, França e Jordânia têm buscado alternativas de entrega de suprimentos, como as distribuições de ajuda humanitária por via aérea. No entanto, incidentes anteriores, como o afogamento de palestinos ao tentarem buscar pacotes de ajuda lançados no mar, demonstram o desespero e a urgência da população em Gaza.

O diretor-geral da OMS lamentou a falta de atendimento médico adequado na região, com poucos hospitais operacionais e milhares de pacientes privados de cuidados essenciais. Enquanto isso, protestos em Israel pedem a libertação de reféns do Hamas, enquanto confrontos com a polícia resultaram em prisões. A crise humanitária em Gaza continua a se agravar, exigindo ação imediata e efetiva da comunidade internacional para evitar uma tragédia ainda maior.

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