Disputa por ponto de vendas de drogas em Cubatão (SP) expõe domínio do PCC em territórios de tráfico no estado de São Paulo.

O tráfico de drogas é um negócio bilionário e altamente rentável em todo o Brasil. Recentemente, os documentos e as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo mostraram o domínio absoluto do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos territórios de venda de drogas no estado e em algumas cidades de outros estados.

Na região de Cubatão (SP), as tensões entre traficantes explodiram quando um criminoso apelidado de Pivete reivindicou a posse de um ponto de drogas pertencente ao território de Reinaldo Bock Coutinho, conhecido como Chuck. Além disso, outro criminoso, Ratinho, insistia em abrir um ponto de venda de drogas no beco da Farinha, apesar de ter sido vetado por Príncipe, um líder local. Chuck, que estava preso à época, tomou uma atitude e acionou os chefes do PCC para resolver o impasse e arbitrar sobre a divisão dos territórios entre os criminosos.

Os territórios de venda de drogas, conhecidos como “lojas” ou “biqueiras”, são todos controlados pelo PCC. A facção atua como uma espécie de empresa, que vende ou arrenda os pontos de venda para criminosos parceiros, a exemplo de uma franquia de restaurantes fast food. Com planilhas apreendidas mostrando a divisão do lucro dos pontos, a polícia constatou que, nos pontos pertencentes ao PCC, 80% do dinheiro fica com a facção, enquanto os “gerentes” ficam com 5% e os demais “funcionários” com 15%. Aqueles que compram “lojas” com recursos obtidos em mega-assaltos, utilizam o tráfico de drogas como uma forma de lavar o dinheiro.

O domínio da facção criminosa no estado de São Paulo começa desde a compra da cocaína na Bolívia até a distribuição nas “lojas”, com o PCC tornando-se o único comprador oficial no país vizinho. Essa estrutura empresarial estabelecida pela facção extinguiu a figura do pequeno traficante, transformando todos em empregados do PCC. O crime organizado, ainda segundo as investigações, mapeia vendedores autônomos por meio do comportamento dos usuários, limitando a concorrência entre traficantes independentes.

Os documentos apreendidos também revelam que o PCC foi fundado em 1993 como uma associação de assistência aos presos, mas se transformou em uma empresa de tráfico de drogas após a ascensão de Marco Willians Herbas Camacho ao comando da facção. O monopólio dos pontos de venda de drogas beneficia a facção, tornando o comércio de entorpecentes altamente lucrativo, sendo um negócio bilionário e perigoso.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo